A infância é um terreno fértil para o desenvolvimento de valores essenciais, e entre eles destaca-se a empatia. O contato com os animais é uma das experiências mais significativas para cultivar esse sentimento desde cedo. De acordo com Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, autora do livro Bichos Vermelhos e entendedora do tema, é por meio das relações afetivas com os animais que as crianças aprendem sobre cuidado, respeito e responsabilidade.
Mais do que um momento de convivência, o vínculo entre crianças e animais representa uma ponte para uma formação humana mais sensível. Quando incentivada de maneira consciente e respeitosa, essa convivência contribui diretamente para a formação de cidadãos mais empáticos com todos os seres vivos — humanos ou não.
O papel do convívio com os animais no desenvolvimento infantil
O contato com os animais oferece às crianças oportunidades reais de aprendizado emocional e social. Ao observar o comportamento de um bicho, entender suas necessidades e respeitar seus limites, a criança amplia sua capacidade de perceber o outro e age com mais sensibilidade diante das diferenças.
Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, essas vivências despertam um senso de pertencimento à natureza e fortalecem a noção de interdependência entre os seres. A criança percebe que, assim como ela, os animais têm sentimentos, necessidades e desejos, o que favorece o surgimento da empatia de forma genuína.

Literatura como ferramenta para cultivar empatia
Mesmo quando o contato direto com a fauna não é possível, a literatura infantil cumpre papel essencial nesse processo. Histórias bem construídas, com animais como protagonistas, ensinam sobre respeito, convivência e cuidado. O livro Bichos Vermelhos, da autora Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, apresenta animais ameaçados de extinção com narrativas sensíveis, acessíveis e envolventes.
A obra funciona como uma ponte entre a realidade e a imaginação, permitindo que os pequenos leitores se conectem emocionalmente com os bichos retratados. Essa conexão fortalece a construção da empatia, pois a criança passa a enxergar os animais como seres com histórias, sentimentos e importância.
Atividades pedagógicas que despertam o olhar empático
Além da leitura, as escolas podem promover atividades que incentivem esse tipo de relação. Desenhos, dramatizações, rodas de conversa, observação da fauna local e campanhas educativas são formas de estimular o pensamento empático e o cuidado com os animais.
Lina Rosa Gomes Vieira da Silva destaca que é fundamental permitir que as crianças expressem o que sentem ao ouvir uma história ou ao conhecer um animal. Essa escuta ativa valoriza suas emoções e as ajuda a compreender melhor o mundo ao seu redor. É a partir dessas experiências que se constrói um olhar mais generoso e respeitoso com o outro.
Empatia que vai além dos animais
Quando a empatia é cultivada nas relações com os animais, ela tende a se expandir naturalmente para os demais contextos da vida. Crianças que aprendem a respeitar a vida animal também desenvolvem mais facilmente o respeito às diferenças, a solidariedade e a cooperação com os colegas e familiares.
Conforme reforça Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, a educação que valoriza as emoções e incentiva o vínculo com a natureza forma indivíduos mais conscientes e preparados para viver em sociedade. O afeto, quando bem direcionado, é uma poderosa ferramenta de transformação.
Conclusão: o cuidado que transforma
Ensinar as crianças a cuidar dos animais é muito mais do que uma prática educativa — é um ato de construção de valores. Ao desenvolver empatia desde cedo, preparamos as novas gerações para agir com respeito, compaixão e responsabilidade em todos os âmbitos da vida.
O trabalho de Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, por meio da literatura e da educação ambiental, mostra que é possível promover mudanças duradouras a partir de experiências simples e sensíveis. E quando a criança aprende a olhar nos olhos de um animal com ternura, ela também aprende a olhar para o mundo com mais humanidade.
Autor: Mia Wilson