De acordo com Paulo Twiaschor, a engenharia sustentável tem deixado de ser apenas uma tendência para se consolidar como um caminho necessário diante dos desafios ambientais e da demanda por eficiência nos projetos da construção civil. Nesse cenário, três pilares têm se destacado: a sustentabilidade, o uso do BIM e a construção modular. A combinação dessas frentes tem gerado resultados concretos em obras mais rápidas, com menos desperdício e impacto ambiental reduzido, além de ganhos econômicos significativos.
Como o uso do BIM contribuiu para obras mais eficientes e sustentáveis?
O BIM permite a modelagem digital de edificações e a integração de todas as etapas do projeto em uma única plataforma. Isso facilita o planejamento, reduz retrabalhos e melhora a comunicação entre as equipes. Um exemplo é o Hospital de Campanha do Pacaembu, em São Paulo, construído durante a pandemia de COVID-19, cuja modelagem BIM permitiu a execução da obra em apenas 10 dias, com planejamento de recursos e logística altamente otimizados.
Paulo Twiaschor destaca que outro caso de destaque é o da sede da Fundação Renova, em Mariana (MG), onde o BIM foi utilizado para calcular previamente os materiais, prever impactos ambientais e minimizar desperdícios. O projeto teve uma redução de 20% no custo total estimado e uma economia de 30% em tempo de execução. Isso demonstra como a tecnologia é aliada da sustentabilidade ao proporcionar maior previsibilidade e controle nas obras.
A construção modular é realmente mais rápida e ecológica?
Sim, e há exemplos práticos que comprovam isso. A escola pública em Guarulhos (SP), feita com módulos pré-fabricados, foi erguida em apenas 60 dias — menos da metade do tempo estimado para uma construção convencional. Além disso, 85% dos resíduos gerados foram reciclados, evidenciando o compromisso ambiental da técnica. A padronização das peças também garantiu melhor controle da qualidade e redução no uso de água e energia.

Outro exemplo frisado por Paulo Twiaschor é o hotel AC Marriott, em Nova Iorque, construído com blocos modulares empilháveis. Cada quarto foi fabricado em uma planta industrial e transportado para o canteiro de obras, onde a montagem final levou apenas quatro meses. A economia de tempo e materiais foi significativa, e o projeto gerou 67% menos resíduos em comparação com métodos tradicionais. A modularização se mostra, portanto, uma estratégia poderosa para conciliar agilidade e sustentabilidade.
Quais benefícios surgem ao integrar BIM, sustentabilidade e modularidade?
A integração dessas três frentes permite que os projetos sejam concebidos de forma sistêmica, desde a concepção até a operação. O edifício da Universidade de British Columbia, no Canadá, é um exemplo emblemático: com estrutura modular em madeira e modelagem BIM para gerenciamento de energia, a obra atingiu a certificação LEED Platinum. Paulo Twiaschor expõe que o edifício reduziu em 70% suas emissões de carbono em comparação com construções convencionais da mesma escala.
Outro exemplo inspirador é o da sede da Google em Londres, o “Landscraper”, onde BIM, modularidade e critérios rígidos de sustentabilidade foram aplicados. Com soluções como telhados verdes, reutilização de água da chuva e ventilação natural, o projeto utiliza módulos pré-construídos e sistemas inteligentes para monitorar o consumo energético em tempo real. A integração tecnológica e sustentável foi essencial para atingir os altos padrões ambientais estabelecidos pela empresa.
O futuro já começou, e ele é sustentável
Por isso, Paulo Twiaschor conclui que esses casos demonstram que a união entre BIM, construção modular e princípios de sustentabilidade vai além da teoria. Os exemplos práticos apresentados mostram ganhos reais em tempo, custo e impacto ambiental, provando que é possível inovar sem comprometer o planeta. À medida que novas tecnologias se consolidam e o setor da construção se adapta, o futuro da engenharia será, inevitavelmente, mais inteligente, colaborativo e verde.
Autor: Mia Wilson