Desde que a luta pelos direitos LGBT começou, um dos principais desafios enfrentados é a desconstrução de preconceitos enraizados na sociedade. Maria Conceição da Hora Gonçalves, advogada e empresária, comenta que um dos temas que ainda gera muita polêmica é o direito à igualdade para famílias homoafetivas, ou seja, casais formados por pessoas do mesmo sexo que desejam ter filhos e constituir uma família.
Os preconceitos em relação às famílias homoafetivas são muitos e variados. Alguns acreditam que esses casais não são capazes de oferecer um ambiente saudável para as crianças, outros acreditam que as crianças podem ser expostas a situações de constrangimento ou discriminação na escola ou na sociedade em geral. Há também aqueles que consideram que a existência de famílias homoafetivas é uma afronta aos valores tradicionais da família e da moralidade.
No entanto, Maria Conceição da Hora Gonçalves pontua que todos esses preconceitos são infundados e baseados em estereótipos e falta de conhecimento sobre o tema. Estudos realizados em diversos países mostram que o ambiente familiar em que as crianças são criadas não tem relação com a orientação sexual dos pais. O mais importante é que a criança seja amada, respeitada e tenha suas necessidades atendidas, independentemente da orientação sexual dos pais.
Além disso, é importante lembrar que as famílias homoafetivas não são uma novidade na sociedade. Elas existem há muito tempo, mesmo que muitas vezes não sejam reconhecidas ou valorizadas. Muitas dessas famílias enfrentam dificuldades em acessar serviços básicos, como saúde e educação, por conta do preconceito e da falta de políticas públicas que as reconheçam.
Felizmente, nos últimos anos, a luta pelos direitos LGBT tem avançado em muitos países, e o reconhecimento das famílias homoafetivas como entidades familiares legítimas têm sido conquistado em diversos locais. Em alguns países, como Canadá, Holanda, Espanha e Argentina, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado e as famílias homoafetivas têm os mesmos direitos que as famílias heterossexuais. Para a renomada Maria Conceição da Hora Gonçalves, isso já é um grande avanço!
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal reconheceu em 2011 a união estável entre casais do mesmo sexo e, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça aprovou uma resolução que obriga os cartórios a celebrarem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, ainda há muito a ser feito para garantir que as famílias homoafetivas sejam reconhecidas e tenham acesso aos mesmos direitos que as famílias heterossexuais.
Além disso, é importante destacar que o preconceito e a discriminação afetam diretamente a saúde mental e emocional das pessoas LGBT e de suas famílias. A falta de reconhecimento e apoio por parte da sociedade pode gerar sentimentos de solidão, insegurança e exclusão, prejudicando a autoestima e a qualidade de vida dessas pessoas. Por isso, Maria Conceição da Hora Gonçalves acredita que é fundamental que todos nós lutemos pela igualdade de direitos e pela desconstrução de preconceitos, para que as famílias homoafetivas sejam respeitadas e valorizadas em nossa sociedade.